quinta-feira, 10 de novembro de 2011

O País que quer sediar a Copa


Pesquisa revela opinião de bauruenses sobre a Copa do Mundo no Brasil

A Copa do Mundo de 2014 é tema recorrente no noticiário nacional e desperta variadas opiniões na mídia de hipertextos ou radiodifusão.  Mas o que pensa o torcedor bauruense sobre o assunto? O jornal Contexto circulou por Bauru para conferir, e descobriu que a população está dividida.
Foram entrevistadas 80 pessoas entre 14 e 79 anos, metade destas nas imediações da praça Rui Barbosa, no Centro da cidade, e as restantes no Bauru Shopping, localizado no bairro Vila Nova Cidade Universitária. As perguntas da pesquisa foram: “O Brasil é um país capaz de sediar uma Copa do Mundo?”, “O povo brasileiro pode receber um evento internacional deste porte?”, “Qual será a maior dificuldade que o Brasil enfrentará para realizar a Copa de 2014?” e “Em termos de organização, A Copa do Mundo no Brasil será um evento: ótimo, regular ou ruim?”
As duas perguntas iniciais pretendiam descobrir como o bauruense avalia o seu país ante o desafio de preparar o que se considera o maior evento esportivo do planeta, de acordo com o site da própria FIFA. A primeira delas indagava sobre a capacidade do Estado brasileiro de cumprir a tarefa, e foi vista de forma negativa por 55% dos entrevistados. A questão seguinte, no entanto, referente à capacidade da sociedade brasileira para o mesmo fim, é vista com otimismo por 53,75% .
As outras duas questões tratam das expectativas do bauruense sobre a realização da Copa. Sobre das principais dificuldades que o país enfrentará para organizar a competição, as mais citadas foram:
- “estrutura” (26,25%) - como referência ao esforço para se acatar as exigências  da FIFA;
- “segurança” (13,75%) - lembrada quase como sinônimo de “violência” (6,25%), e
- “transporte” (11,25%) - mostra preocupação com o trânsito em grandes centros durante a competição.
Por fim, 45% dos bauruenses acreditam que o Brasil realizará um ótimo evento em 2014. Outros 45% esperam que o evento seja regular, e os 10% restantes consideram que o evento será péssimo.


A dimensão política da Copa

O cientista político e professor  Jefferson Goulart, um dos organizadores da XIII Jornada Multidisciplinar do Departamento de Ciências Humanas da Unesp, cujo tema foi “Futebol, Comunicação e Cultura”, analisou as respostas da pesquisa fez algumas ponderações sobre a relação entre o Estado e os eventos esportivos de grande porte.
Para Jefferson, “o prestígio da imagem internacional do Brasil eleva a auto-estima da população e a Copa seria uma espécie de desafio para a afirmação brasileira como potência emergente”. Contudo, o cientista político observa que “os brasileiros também tenham clara percepção sobre os obstáculos que envolvem o projeto, desde gargalos de infraestrutura, até os custos desses investimentos e seu eventual legado para a sociedade”. No entanto, o professor alerta que, apesar da expectativa positiva, o brasileiro teme que sua auto-estima possa ser arranhada por eventuais insucessos - independente de resultados esportivos: “o impacto negativo de grandes frustrações não se pode medir por antecedência. O ‘Maracanazzo’ em 1950, por exemplo, contribuiu decisivamente para disseminar o "complexo de vira-lata" e contaminou gerações.”


O Brasileiro e o seu reflexo

Ao abordar o “complexo de vira-lata”, termo cunhado por Nelson Rodrigues quando da referida derrota da “Seleção” para o Uruguai, o professor Jefferson resgata a maneira como o Brasileiro se percebe como indivíduo e como povo. O professor de Antropologia Cláudio Bertolli, também da Unesp, estudioso da Identidade, acredita que a auto-imagem do brasileiro é fruto de uma negociação cultural, histórica, sócio-econômica e político-ideológica. “Devido às relações históricas de poder, a tendência é o brasileiro a requerer a imagem de trabalhador, honesto, capacitado para grandes realizações enquanto atribui aos outros brasileiros as características de pouco sério, não afeito ao trabalho, incapaz para as "tarefas importantes", como se ele não fosse um brasileiro também”, avalia Bertolli.
Outro fator que parece influenciar a desconfiança da população é a desconfiança no Estado: “por não contar com recursos, experiência e idoneidade política, o Estado brasileiro é gerenciador de algo, o comum é a sociedade duvidar que os objetivos propostos sejam realmente alcançados”, pondera o antropólogo.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Fanzine do CACOFF



Informativo feito para recepção dos Calouros da Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação pelo Centro Acadêmico de Comunicação Florestan Fernandes - CACOFF