quinta-feira, 22 de outubro de 2009


Grupo hasteia Bandeira do lirismo dos bêbados nas ruas de Bauru

Não se surpreenda caso encontre no pára-brisa de seu carro um bilhetinho azul com um poema de Maiakovski ou Fernando Pessoa, nem se por acaso vir alguém declamando versos de Vinícius de Moraes em plena Praça da Paz.
A partir das primeiras semanas de maio, um grupo de estudos, IN-vazão poética, passará a divulgar poemas nas mais variadas e inusitadas formas, pela cidade de Bauru, principalmente no campus local da UNESP.
Coordenado pela Professora Doutora Maria do Carmo Almeida Corrêa, do Departamento de Ciências Humanas da universidade (CHU), o grupo tem a pretensão de difundir a literatura, sobretudo na forma de poema e de conto, tanto para os universitários quanto para a população em geral, que tem um menor contato com esse tipo de produção artística.


O grupo é formado principalmente por graduandos dos cursos de Comunicação da Unesp, mas aceita qualquer pessoa como membro, basta que se goste de poesia e que se compareça às reuniões todas as quintas-feiras, às 17h30. Nesses encontros, divulgam-se idéias e projetos para a divulgação das obras de grandes escritores, de poetas menos conhecidos, e também, obras de autoria dos próprios membros. Esses planos são analisados e, então, idealizadores e entusiastas juntam-se para desenvolvê-los.




Entre os projetos atuais, está a emissão de 500 folhetins de 12 páginas, nos quais serão encontradas obras consagradas em meio a novos poemas e contos de “amadores”, num formato bastante criativo, que serão distribuídos por regiões movimentadas da cidade.
Um outro projeto, um tanto mais ousado, pretende entregar pequenos recortes com versos famosos, com temas variando entre a sátira e o lirismo. A ousadia está na forma de entrega: os recortes serão pregados nos carros, colocados nas bolsas, colados nos coletivos, entre outras formas, sem limites para o absurdo.


O grupo IN-VAZÃO POÉTICA engaja a popularização da poesia, e propõe a leitura às pessoas cuja rotina as impede ou as distancia desse prazer. E a etiqueta em locais públicos não parece atrapalhar, não se assuste caso ouça alguém no ônibus, sem qualquer motivo aparente, dizer em alto e bom tom que "Amor é fogo que arde sem se ver, é ferida que dói e não se sente...".
Entre os vindouros projetos do grupo, há a produção de um folhetim com tiragem de 500 exemplares, que trará impressos versos dos grandes autores da poesia nacional e poemas de aspirantes na carreira. A proposta do impresso, além da divulgação de novos poetas, será a aproximação dos públicos a uma poesia distinta daquela consagrada, como os sonetos de Camões. Estarão presentes, entre outros, o lirismo de Vinícius de Moraes, o escárnio de Gregório de Matos, a irreverência de Bocage e o ceticismo de Augusto dos Anjos, seja nos poemas que escreveram, ou pela influência que exercem nos poetas das gerações que os sucedem.


Eventos em conjunto com o curso de relações públicas da FAAC, faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação, e com a FEB, faculdade de Engenharia de Bauru, unidades da Universidade Estadual Paulista, também estão na pauta do grupo, que desenvolve diversas atividades com a poesia, desde a seleção de poemas para exposição em murais à declamação de sonetos ou odes, sempre com o intuito de colorir a alma das pessoas, seja com o azul triste de Manuel Bandeira ou com o verde alegre de Alberto Caeiro
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